Carta aberta

Carta aberta aos meus amigos da Internet


Visito diversos sites de Animais e interesso-me pelas notícias inseridas.
Muito especialmente, interesso-me pelas notícias acerca de Animais Abandonados, Perdidos, Achados e... nos canis municipais... PARA ABATER.
(Como se fossem carne de consumo e não umas coisinhas fofas e amigas, para viverem connosco).
Apresento aqui a cópia de um e-mail enviado aos meus amigos da Internet, junto com um outro, recebido, que trazia o seguinte cabeçalho:
Cães para dar - mesmo que não os queiram passem o e-mail SFF, pois estão para ser abatidos no canil........... (segue a lista e respectivas fotos)

Meus amigos:
Sei que pode parecer pouco importante, mas este é um problema nacional e internacional.
Infelizmente ainda se ouve muita gente dizer: - Ora, se não há condições para as pessoas... quanto mais para os animais!...
Pois é! Mas são casos distintos; embora, na prática, seja um caso de saúde pública e humanidade.

Saúde pública porque os animais andam na rua; tal como os n/pés e olhos, as n/crianças e os n/animais de estimação.
Lembram-se? Aqueles nossos animais a quem damos banhinho, levamos ao veterinário, cortamos o pêlo no Verão, podem saltar para as n/camas e cadeirões, (embora a gente jure a pés juntos que não). São tão engraçadinhos, queridos e estimados!...
Pois... levamo-los à rua! E na rua andam os outros: os esfomeados, sedentos, maltratados, pulguentos, carracentos, sujos, feridos, escanzelados e propensos a toda a espécie de doenças, contagiosas ou não e, até mesmo, sofredores de algum pontapé para que se afaste da vista, (olhos que não vêm, coração que não sente!).
As n/crianças que também andam na rua, e se baixam para apanhar do chão toda e qualquer coisa, (sem pensar), e levam as mãos à boca, (sem pensar).
Para não falar do estado em que se vêm alguns animais vadios (nascidos na rua ou abandonados) e, com os olhos, senão mesmo de viva voz, nos interpelam sobre o porquê de tal discriminação e desamor.
Sabemos nós responder-lhes?

E nós próprios, que andamos na rua e trazemos para casa toda a espécie de imundícies, vírus e micróbios, agarradas às solas dos sapatos? E os n/olhos que se fecham perante tal visão, num encolher de ombros impotente? Metemo-nos dentro dos n/carros, fechamos a porta e arrancamos, fugindo, insensatos, duma realidade que incomoda, fere!!!
Mas quando chega a ocasião de trazer para casa um animal de companhia, fazemos o quê? Procuramos entre os amigos, se alguém tem um que possa dar-nos ou corremos para uma loja onde, numa casinha minúscula, enclausurado, cheio de calor, de olhos fixos no vidro da montra, está o animal caríssimo que compramos.
Quanto a mim, estas lojas terminavam de imediato, mais o comércio desregrado de animais. Quem os quisesse teria que se dirigir às quintas, onde os respectivos tratadores e criadores - fiscalizados - senão por amor, pelo menos obrigados, os manteriam nas condições exigidas por Lei.
Se houvesse uma LEI e fosse CUMPRIDA!!!!!


Mas não se levantam vozes, nas Assembleias, contra este estado de coisas.
- Permitimos que o governo ignore o que se passa nas ruas que palmilhamos; ali, bem à nossa porta, ou nos jardins que frequentamos.
- Permitimos que o Governo nada faça para educar e sensibilizar a população.
Os animais não votam, não é verdade?
- Permitimos que as Câmaras nada façam, para dar alojamento condigno a estes animais.
- Permitimo-nos ver animais atropelados, doentes sem que possamos fazer algo, porque as Câmaras não os recebem.
Já tentou entregar numa Câmara um animal vadio? Eu já! Quando telefonei, responderam-me que dissesse onde se encontrava o animal vadio e desse a localização exacta. Depois, quando tivessem tempo, viriam buscá-lo. Talvez na próxima vez que saíssem, com o fim de apanhar animais pelas ruas.
(Como se um animal que ainda consegue deslocar-se, ali ficasse, parado, à espera sabe Deus de quê!)
Neste caso, à espera de ser levado pela carrocinha - hoje é camioneta - dar entrada no canil e ser abatido 8 dias depois. Quando são 8 dias... porque às vezes é menos; embora a legislação 8 dias decrete.
Nem pensasse em metê-lo no carro e levá-lo lá porque não poderiam recebê-lo.
Porquê? - perguntei admirada.
- Porque senão toda a gente desatava a entregar animais, vadios ou não!!!!!!
Pasmei! É então neste país de brandos costumes que vivo?!
Em lugar de brandos não serão ridículos e cruéis?


Por isso, meus amigos, conhecidos e desconhecidos, imploro:
Vão aos canis, resgatar duma morte certa animais que, muitas vezes, até são de pura raça.
Mas olhem que um rafeiro nunca fez mal a ninguém. Pelo contrário, a falta de raça torna-os mais divertidos e espertos. Alguma coisa terão que fazer para superar a falta de raça, não é?
E quanto a resistência... costumam ser muito melhores que os de pedigree; cheio de tiques, nove horas e manias de gente bem (rsssssss).
Não são, de forma alguma, menos que os de malhas certas no lugar certo, orelhas tabeladas e comprimento de corpo e patas medido ao milímetro.
Para não falar daqueles a quem cortam orelhas e cauda, porque assim mandam umas quantas regras; implantadas sabe-se lá porquê, por quem e a troco de quê.

Falo assim porque em minha casa estão:

- o gato Floco de Neve, branco, cruzado de angorá (vivia na rua, ao frio e à chuva, porque os donos achavam que largava muito pêlo dentro de casa)
- a cadela Daisy, cruzada de pastor alemão (vivia na rua, num bairro, aqui perto, fora, talvez, abandonada)
- o cão Monty, cruzado de caniche e cão dágua, encontrado abandonado ao fundo da minha rua (esfomeado e num mar de carraças)

Falo de cátedra, sim senhor!!!!!!! Com muito orgulho!!!!!!!
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10/01/2004
Laura B. Martins

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publicado por LauraBM às 18:55